Poemas nômades
Este espaço é reservado para a livre expressão poética…
“Sintonia” (Sara Amanajé)
Flui como a luz
Entrelaçada
Freqüência ondulada
Que entontece
Brinca,
Desvenda a escuridão
Mostra a imperfeição
Mais perfeita que
Me atrai para as margens do além
Onde o precipício é renovação
Nas terras virgens de um alguém
“Finjindo” ( Sara Amanajé)
Perdida estou quando finjo controlar meus desejos
Para me sentir consciente, potente, ardente
Queimo sim, de hipocrisia,
Vaidade e falsas verdades
Tem algo que me prende na mentira da razão
É um elo, é uma prisão
Que me faz ser gente com gratidão.
“Vozes” (Sara Amanajé)
Vozes que me enlouquecem
A minha loucura que as produz,
Meus devaneios constantes
Digladiam-se com a cultura marcada em pele crua
Vozes vão e vem
Assim como a minha vontade confusa, notória e profunda
Da sua candura, bruta, vazia
Impressa nesse vai e vem.
"Ecos da cidade" (por Márcia) Essa transcidade também me atravessa... Por hora com um eco Por hora com um oco Por hora com um susto Por hora com um riso ... Cordão Umbilical (Sara Amanajé) Sempre aqui, ali e sempre Desde do despertar do ser São tantas travessuras, perigos, derrotas e conquistas, mas sempre comigo. Foste o símbolo das minhas fases, De tão longe viestes para apresentar-me Reflete a minha luz Sustenta as minhas vitórias. Sempre aqui, ali e sempre Impõem os meus amores eternos, Amor incondicional Sem igual beleza e valia Cravado em meu peito Miragem e verdade Em uma confusa harmonia Transcende o acaso.
“Teimosia” (Sara Amanajé)
Meu corpo reflete os desejos de minha alma
Ele teima em ser altruísta,
Com e sem medida
O que há de fazer?
Apenas Viver o prazer
Suspira, treme, esquenta, geme.
Sei o que quero e quero conter
Sempre para não doer,
Apenas viver o prazer
Suspira, treme, esquenta, geme.
Meus sonhos aqui estão,
expostos à pele
Com e sem reservas
Apenas viver o prazer
Suspira, treme, esquenta e geme
O ser.
“Essência” (Sara Amanajé)
Essência é o que exala da tua pele quando junta-se ao meu corpo,
Confunde os instintos, exalta o ego, transfigura o ser.
Quero correr para longe e quanto mais corro aproximo você de mim.
Quem és tu?
Misterioso, meticuloso e sagaz.
Reinvenção do meu objetivo
Mantido oculto
Na Caverna do meu sentir.
Acorrentada coloco-me em tuas mãos,
Desespera para nunca ter que dizer Não.
1971 (m sales)
Amou mais uma vez mas não foi ela a última
Contou mais uma história como se fosse a última
A cada gesto seu um passo em falso único
E o sorriso largo no seu jeito tímido
Desejou intenso feito uma máquina
Desfez suas certezas que se erguiam sólidas
Mudou de direção com um simples toque mágico
Um caminho feito de prazer e lágrima
Acordou segunda achando que era sábado
Deitou-se em sua cama se sentindo príncipe
De uma hora pra outra estava em um náufrago
Mas na tempestade cantou uma música
Se esqueceu de tudo no seu sonho bêbado
Quis sua liberdade pra sentir-se pássaro
O tempo do relógio um movimento flácido
De cada decisão um sentimento público
Sem paciência teve que encarar o tráfego
Amou mais uma vez como se fosse o último
Contou mais uma história como se fosse a única
A cada gesto seu um passo em falso pródigo
E o sorriso largo no seu jeito bêbado
Desejou intenso como se fosse sólido
Desfez suas certezas num toque de mágica
Mudou de direção com argumento lógico
Um caminho feito de suor e tráfego
Acordou segunda achando que era um príncipe
Deitou-se em sua cama se sentindo o máximo
De uma hora pra outra se sentia máquina
Mas na tempestade se afastou do próximo
Se esqueceu de tudo pra sentir a música
Quis sua liberdade pra curtir o sábado
O tempo do relógio que corria tímido
De cada decisão um coração em náufrago
Sem paciência teve que encarar o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Contou mais uma história com argumento lógico
A cada gesto seu um passo em falso flácido
Acordou segunda achando que era um pássaro
Quis sua liberdade pra sentir-se príncipe
O tempo do relógio parecia bêbado
Sem paciência teve que acordar no sábado
Ser (Lúcia Helena O.)
Como alcoólatra
Bebo o dia para não secar a lucidez da alma
Como livre
Corro pistas para não ver o tempo parar
Como poeta
Escrevo para não embriagar meu coração.
Bolero
Vassoura
Valsa
Chinelo
Saudade idade
Vontade do abraço
Com laço na alma
Sorriso com brilho
A luta no peito
A força o respeito
Emana na casa
Que ouve seus passos
Sente seus laços
Vê sua luz
Traduz-se no hoje
Desejo do ontem
Liberdade trilhada
Enfim alcançada
Agora o seu dia
Com nome exposto
Com foto
Com rosto
Com voz
Gargalhada
É dia é hora
Do Silvio querido
De eterno a amigo
Estar entre nós
Falar para gente
Que vive contente
Nos ouve nos sente
Não tem mais correntes
Não tem corre- corre
Nem fuga na noite
Tabernas
Pernoites
Porretes
Açoites
É luz
É estrela
Que toque o piano
Que eu ouça tua voz.
Achei na tua boca
Casa de Bamba (m sales)
Carioca de vocação
Homem de todas as notas torcidas
Incrível poeta de tantas canções
Catador de palavras soltas na vida
Ontem e hoje: encantação
Bate o batuque na beira do peito
Urge a estrela que precisa brilhar
Arde no canto da pele a nota
Raios de acordes acordam no ar
Quando as palavras deslizam na música
Umas e outras começam a dançar
Ele tudo observa e faz acontecer
Cartão de Aniversário (Jose Mauro Fernandes)
Depois de tantas voltas em torno do sol
nem parece que você viajou tanto
Parabéns!
Éramos tolos e geniais,
caminhávamos em gelo fino.
E todos nós éramos frágeis
e vivemos, juntos,
algumas inseguranças,
crises existenciais
aprendizados empíricos.
E nos fizemos adultos
e partimos para outras estradas.
compartilhamos choros e alegrias
e os aniversários eram bem comemorados!
Tu completas mais uma volta em torno do sol
e sinto-me feliz por tua viagem!
SOLIDÃO (Bruno Alves)
ELA NÃO ME INVADE
NÃO CHEGA SEM PEDIR LICENÇA
EU QUE A CONVIDO
PARA PARTICIPAR DA MINHA INTIMIDADE
ELA SUGERE REFLEXÃO
REESTRUTURAÇÃO
ME PEDE CAUTELA
POR QUE TEMER A SOLIDÃO?
VOU TE CONTAR UM SEGREDO
A SOLIDÃO NÃO EXISTE
TÃO POUCO É FRUTO DA IMAGINAÇÃO
APENAS VOCÊ DISFARÇADO
PARA SE OPOR A MULTIDÃO
NÓS NÃO FICAMOS SOZINHOS
E SIM,
COM A GENTE MESMO
REFLEXO NO ESPELHO
A SOLIDÃO É UMA FARSA DO SUJEITO
QUE PREFERE ENGANAR-SE
A ADMITIR QUÃO CHATO ELE É
EU VIVO SOLIDÃO
RESPIRO SOLIDÃO
EU SOU SOLIDÃO
MAS AS VEZES PREFIRO CRER QUE NÃO
“Poesia crua” (Jose Mauro Fernades)
Asso carnes
e frito batatas
Mas me alimento
mesmo
É da poesia crua!
Do amor (subjetivo) (Zémauro Fernandes/Marcos Moreno)
Já falou-se tanto do amor
E haverá muito o que falar
Pois o amor é um poço
Inesgotável
Impossível de secar
Do amor não se tem medo
Vai-se ao fundo
E bem sério
Desvendar todo segredo
Mesmo sem poder expressar
Todo Mistério
Mal de amor
Não tem remédio
Ele próprio é a poção
Outro amor lhe tira o tédio
E também da solidão
E amar é como
Navegar em alto mar
Sentir presságios de perigo
Sobreviver de um naufrágio
E se achar forte
Mesmo sendo frágil
O INDISCRETO (FDC)
Você viu como o sol é indiscreto?
ele invadiu o nosso quarto logo ao alvorecer
clareou tudo..
iluminou nossos olhos,
pensou que de amor estavamos fartos,
varou na vidraça para do leito nos erguer.
E é por isso, que eu amo a lua,
simples,
amorosa,
discreta.
Enche de penumbra a terra e nos observa bem quieta.
é bem discreta a luz dela.
Sem forte clarão,
sem fulgor.
Enquanto o sol nos convida a trabalhar..
a lua
ela, nos convida para o amor.
NA ESPERA (FDC)
Na imensidão desse lugar
saio a te procurar
talvez,
você não venha
talvez,
eu não possa te achar
mas,lá
lá eu vou ficar
a te esperar…
Tenho AIDS sim (Theobaldo Villela)
Tenho AIDS sim,
Mas não tente me fazer de vítima
Como se eu fosse um coitado
Aviltado, humilhado…
Estou cansado,
Mas não é o meu corpo que reclama
É a alma que clama por paz
Me deixem em paz
Não quero mais uma mão estendida
Que não seja amiga
Quero curtir a vida
A que me resta
Mas que ainda é minha
Tenho AIDS sim,
Mas não pense que por isso sou inferior
Sou apenas diferente
Um jovem doente
Mas que sente o sangue pulsar no coração
Sou mais que esta carne
Sou mais que este corpo
Mas sou de carne e osso
Sou feito de sonho e paixão
Tenho AIDS sim,
Mas não me acuse de nada que fiz
Pois apesar de tudo fui feliz
“Confesso que vivi”
Vivi o que quis
E agora por um triz
Ainda sou feliz
Tenho AIDS sim,
Mas não olhe para mim como se eu fosse um culpado
Estou além da cruz e do pecado
Além do certo e do errado
Vivo num sentido extra-moral
E se quiserem, me considerem anormal
Não faz mal
Eu só quero a vida
E esta não significa um espaço no tempo
É o momento, o vento, a eternidade
Tenho AIDS sim,
Mas não sou nenhum idiota
Sou alguém que aprende a conviver
Com algo novo dentro de si
Algo terrível,
Pequeno mas forte
Parente da morte
Que está perto e distante
É certa e inconstante
E que não atende por hora marcada
Dela só faço rir
Enquanto puder, afastá-la de mim
Mas não por medo
Talvez por pensar que é o fim
Tenho AIDS sim,
Mas sou mais que isto
Sou um mundo; para alguns, imundo
Sou um início; para uns, um vício
Sou um fim
O que para alguns é ruim
Eu simplesmente sou
“Intervalos” (José Mauro Fernandes)
Nascer é óbvio
Morrer inevitável
Nesse intervalo
Prevalece
Nossa opção
Existir
É a alegria ou tristeza
de viver isto
“BUSCA” (José Mauro Fernandes)
Quero o sabor do sorriso
Na boca da poesia
Buscá-la vou
No espaço albino
De qualquer caderno
Na solidão do vão
Da folha única
E na coleção de saudades
Em branco e preto
Na memória desbotada
Da infância
E nas perdas e danos
Que brotam desta distância
Necessário é obtê-la
Dos anjos, dos diabos
E outros artifícios
Dos álcools, dos cigarros
E nas dores de outros vícios
Nunca esperá-la
Fosse ela só
Só inspiração
Porque ela existe
E está
Na febre que acomete-me
As noites em claro
Enquanto domo
A selvagem beleza
Das palavras em sono
Um olhar… (Theobaldo Villela)
Algo Indefinido Demarcou o seu Sítio
Alojou-se Incerto Decidido a Surdir
Absoluto Impôs-se Descendo no Sangue
Armando Infame um Destino a Seguir
Algoz Implacável que Destrói a Seiva
Anjo Infernal que Devora o São
Absinto Ímpio de Decisão Sobranceira
Abismo Impetuoso que Deita Solidão
Apaga a Ilusão de Dias Solares
Aurora Ignora e Deixa Sumir
Arranca Impávido o Deflagrado Sopro
Antes que Intentem do Domínio Sair
Assim no Íntimo Dói a Sentença
Aquela Impressão do Derradeiro Sinal
Antecipa-se o Instante da Despedida Solene
Acaba a Impulsão do Dom Seminal
Agora Infausto Disposto a Sofrer
Atado Inerte em Dosagens Sem-fim
Assim como a Ilha que Descobre-se Solta
Ando Indigente Dizendo Sim
Algo Insurja Desviando esta Sina
Arruinando o Império Deste Sentimento
Abra o Inferno e me Deixe Sair
Alivie a Intensa Dor do Sofrimento
Desejos (C. Martins)
Um novo dia
Anuncia-se:
Temor
Apreensão
Calor
Caminha à tarde
Um sabor à parte
Por todo o corpo
Tremor
Avizinha-se a noite
Não mais dor
Pro leito amigo
Agora vou contigo.
Vão (Theobaldo Villela)
Minha vida está por um triz
Já rasguei o meu nariz
Dilacerei meu pulso
E narrei a minha dor
Sem saber pra onde vou
Sigo a ermo
Suado, calado
Mas com um grito contido
Que ninguém quer ouvir
Por isso engulo
E volto a curtir
Meus instantes de solidão
Que vão vagando
De vão em vão
Sem resistir
Pois lutar
É em vão
“O homem morre” (jose mauro fernandes)
O homem morre de tifo, de sarampo
De erro médico e doença rara
Morre de AIDS, mas segundo os parentes,
Foi pneumonia
Morre menino – nem bem viveu –
Maldade Divina!Acusa o ateu
De tamanha solidão morre sozinho,
Porém que ironia, todos vão ao seu enterro
Morre na procura da paz e na ignorância da guerra
Morre assassinado pedindo reforma agrária
E ganha sete palmos de terra,
Que aduba com a putrefação corpórea
Morre de bala perdida que o encontra
E no lugar de um outro, na bala da vez
Morre galinha – adúltero – nos dentes da raposa
Constrangendo a família, na dúbia dor da esposa
Morre no tráfico e no tráfego,
Sem consciência morre louco, ouvindo vozes
E sem saber dar um basta, no falso prazer do vício, de overdose
Na ilha da fantasia, lugar paradisíaco
E sem dar tempo para nada, de congênitos problemas cardíacos
Morre de manhã, morre à tarde e à noite
Em meio a carícias que se excedem em açoites
Nos exageros, morre de gula
Também de fome, sem saber das delícias
Morre sem proteção pela própria polícia
e da “injustiça” da pena de morte
Morre afogado, vítima de um naufrágio,
E quando náufrago sobrevive
Morre de sede no meio do oceano
Morre também da seca no deserto de soluções políticas
E mesmo, quando, com toda cautela
Não escapa da inevitável mesmice
Um dia, já sem forças, ele morre de velhice.
Viva a Vida (C.Martins)
Ah, a vida!
Vida fugaz
Vida sem paz!
Vida louca
Louca que rouba
o afago
o contato.
Ah, a vida!
Vida abundante
Vida errante
Vida alucinante
Alucinante a dor
o desejo
o beijo.
Ah, a vida!
Vida longa
Vida sem abraço
Vida no laço
No laço do momento
do sofrimento
do sentimento.
Ah, a vida!
Vida apraz
Vida fugaz
Vida absurda
Absurda é a relação
a emoção
o coração.
Oh, essa vida!
Tão linda e tão finita
Nascida e morrida.
[…]
Brinde a vida!
Saude a morte!
Agradeça a sorte
Mas brinde a vida.
“Plenilúnio” (jose mauro fernandes)
Aspirina flutuante
Sobre minha cabeça
A leve companheira
Alivia os meus “ais”
A cumplice de meus pecados
Pela noite adentro
Derramas em mim
Um branco límpido
(luar de prata)
E alucina essa lucidez tão falsa
Lua doce, lua alva
Ao despir-se na rima crua
Nua lua, lua nua
No ar “noir”
Permissão para pousar em tua tez
Peço eu impaciente
Aos guardiões de teu brilho
– Cavalo, armadura e lança –
E delíro no teu sexo
Como quem dança
E no afã de tê-la
– Canso –
Mas depois gozo os prazeres
De conhecê-la
Um quase nada (Karla Oldane)
Vai chorar, vai sofrer
Porque esta carne
Ah, esta carne vai perecer
O sangue que lava o asfalto
Não é sagrado
ninguém quer saber da tua dor
A marca nos rostos desfigurados
É só mais um fato
Não interfere mais nem causa pavor
Um dia Deus, quem sabe
Outros possam de prosperar
Por enquanto,
Imagético
Vai sofrer, vai chorar
Desencontros (C. Martins)
Na solicitude do desejo
Entrego-te um beijo
Escandaloso e tímido
Revelador e oculto
Contido e ressentido
Inquietação
…
Ouço o ressoar da hora
É tarde agora!
Que posso lá fora?
Adivinho a dúvida
Calo-me inseguro
…
A vida escorrendo
Entre as mãos
E o pulsar do coração
Lento – solitário.
Tempo
…
É tarde agora –
murmura o vento.
Elevo-te ainda a face
Num supremo gesto
Assustado e dorido.
Parto:
Não é aqui
o meu lugar.
Entre nós, só a lua (Hortência)
Este dilema eu preciso vencer
O meu coração terá que entender
Pois vivo num mundo cheio de regras
Muitas das quais eu não as vi fazer
Quão difícil é essa ciência
Onde a existência precede a essência
Outros já dizem que isso é um erro
Que é a essência que surge primeiro
Nascer nesse mundo cheio de normas
É trazer prescrito á própria forma
Caminhos preditos que coisa horrenda
Ver o mundo da fôrma por uma fenda
Foucault nos fala de tal violência
Pois corpos dóceis enfraquecem a essência
Ser submisso agrada o sistema
Mas, meu coração reclama o esquema
Enquanto eu canto, meu coração chora
Às vezes choro, e meu coração sorrir
Fico, mas com ânsias de ir embora
Vou-me embora sem vontade de partir
Fez de tudo o meu pobre coração
Tentando as regras obedecer
As regras do jogo só dizem que não
Mas, não me ensinam a te esquecer
Já não ouço Buckley, já não curto Moska
Ainda que a vida se torne tão fosca
Não brigo com Nitzsche, não leio Platão
Até deixei mudo o meu violão
Para não despertar lembranças tua
Mas, eu me pego olhando pra lua
E a lua sorrindo me revela
Que também estás olhando pra ela
À Revelia (Marcele Cypriano)
Não sintas saudade de outrora!
Donde vem a melancolia?
Por acaso, tu não sabias,
Que um dia é chegada a hora?
Que os tempos, ora, tão castos,
Vão feito velhos sargaços,
Que os ventos irão carregar…
E tuas águas, um dia vorazes,
Mostrar-se-ão em calmaria.
Inebriantes de maresia,
Nas encostas vão se arriscar.
Mas não temas o teu destino.
Segue teu rumo,
Corriqueiro, tranqüilo;
Para tornaste mais que isso
E encher-te de outro viço,
Águas dos rios não podem,
Evitar teu despejo no mar!
Desaguar tuas águas é feito,
Recriar-se sem ter que cessar.
Nós… Amigos (Cida Donato)
Nós na amizade, em nós,
em traços, a sós.
Antes e depois, dos nós…
Quem sabe?
Sussurros, segredos,
Cumplicidade: nos nós e em nós.
Dos cinco, os quatro e menos um.
Perdido, partido, quebrado.
Dos quatro, os cinco: mais uma.
Achada, brindada,
Reencontrada a amizade:
Os nós, atados, selados,
Distantes… Presentes… Constantes.
Agora: Saudade…
“Quintana” (José Mauro Fernandes)
Desesperado e louco
E furando a madrugada
O poeta foi caçar
Umas rimas
Escreveria
Um conto de reclamações
Não fossem tão fugidias
As palavras
Borboleteando
Pelos ares
Ébrio
Cambaleou pelo refrão
Da noite inteira
E
Como a companhia da caneta
Por si só não faz o poema
Adormeceu bêbado
Sobre
A manhã
Cansada
“CD” (José Mauro Fernandes)
Quero te dizer:
-Toda vontade que começa com um erro
é
verbalizada sensação de onde vêm esses desejos. (errôneos?)
De onde vêm?
Você que me atingiu por dentro
Enquanto eu me protegia da parte interna
Enquanto eu abria o meu peito ao corpo
Enquanto eu deixava os flancos descobertos
Para você descobrir
E me desprotegia.
Enquanto eu chegava e avisava com e-mail
Enquanto eu entrava com permissão pelos teus meios
Enquanto eu revirava teus cantos
Vasculhando sustenidos e bemóis,
Entre teus gemidos,
Fervendo de ciúmes
De mim mesmo
Enquanto eu era já outro que tu querias ver ali.
Um outro.
Enquanto,
Ingenuamente,
Eu dançava tangos, boleros e todos os sons
pra “CD”.
(de Manga Rosa)
Fruta de vez temporana,
poderia assim dizer,
é o fruto do poema nômade,
que se vivencia no segundo que não volta mais…
como a fabulsa arte da prolixidade,
efêmero em si…
inspira essa moléstia inspiradora que é a própria vida…
Criado nesse instante, à exaltação do mais perfeito verso que é a autoria própria do ser humano, o pensamento divagado e exalado sem contorno…
cru
especifico,
mistico e racional
quero parar de poetizar…
mas enquanto viver, e romancear os filmes vívidos…
esse vício
não vai me deixar…
Vidro embaçado (Aline Cunha)
Um traço de embaraço corre nas veias de um mundo em descompasso
Uma realidade que vive fora da realidade real de outrora
Em desatino o sol que ficou sombrio diante do escuro de um ciclo
Vejo o que antes seria razão se transformar no descaramento anunciado de covardes
Um mundo que era embalado no melhor papel de presente da lojinha, hoje é encoberto pelo papel fosco da arrogância
Os passos da semana que passou estão em cima do meu muro esperando a hora de dar o bote
O que ficou atrás da minha sombra busca um sentido para ser mais correto
A imagem que reluzia aquela felicidade, hoje é uma imagem embaçada, pois o vidro não é mais aquele
Um mundo de divisões, onde a metade que fica é a metade de feridas
O policial, aquele mesmo que protegia, hoje é sinal de delinqüência
Este mundo que eu infelizmente mostro a você,
É o mundo que você vive…
(de Aline Cunha)
“Nada melhor que a poesia para regar uma vida de arbustos vastos,
Nada melhor que a palavra saltada do papel para dar brilho aos olhos cansados,
Nada melhor que um boteco para “afogar” as mágoas de um papel em branco”
Terra de ninguém (Jasmim)
Ah! Quem me dera
Que nessa guerra
Eu fosse vencida
E Levada cativa
À terra bendita
Que me faz ir além
Ah! Quem me dera
Pousar nessa terra
Onde o coração
Tem a voz da razão
E tal o pecado
Nunca foi encontrado
Ah! Quem me dera
Habitar nessa terra
Onde a fidelidade
É ter liberdade
De romper com o véu
E penetrar no teu céu
Ah! Quem me dera…
“com as palavras certas as mãos viram línguas,
e as palavras ciganas dançam aos sons uivantes…” (Manga Rosa)
A voz do mar…
O vento veio tatuou meu coração
E o meu corpo, já não ouve a razão
Vai noboteco e deixa o copo vazio
E só quer ouvir o mar macio.
(Jasmim)
Quimera
A brisa, sibilante, sopra nossa canção,
E a sombra baila à luz da clara lua;
Fecho meus olhos na dura solidão,
Trazendo a mente, a bela imagem tua;
E nem respiro enquanto a imagem espreita,
Os olhos meus, de fitar não cansa;
Ainda, que aviva a mais cruel lembrança,
Daqueles dias cheios de esperança…
(Jasmim)
Que se viva sempre boas confabulações,
e que a harmonia reine eternamente,
romancear cada palavra e senti-las enfim…
(Manga Rosa)
Jasmim é bela flor
Imagem da pureza
Talisman do puro amor
Orgulho da natureza
(Jasmim)
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Quanta honra!!! Já que gostou, vou arriscar e deixar mais uma.
Quimera
A brisa, sibilante, sopra nossa canção,
E a sombra baila à luz da clara lua;
Fecho meus olhos na dura solidão,
Trazendo a mente, a bela imagem tua;
E nem respiro enquanto a imagem espreita,
Os olhos meus, de fitar não cansa;
Ainda, que aviva a mais cruel lembrança,
Daqueles dias cheios de esperança…
(Jasmim)
Comentário por Jasmim | 09/07/2008 |
Gostei de poetar…rss
A voz do mar…
O vento veio tatuou meu coração
E o meu corpo, já não ouve a razão
Vai noboteco e deixa o copo vazio
E só que ouvir o mar macio.
(Jasmim)
Comentário por Jasmim | 10/07/2008 |
Mui belo!!! Adorei…
Comentário por marciosales | 10/07/2008 |
Não sei o que vc faz melhor, Discorrer sobre filosofia, defender grandiosamente seus pensadores estimados, ou poetar… Este último poema ” loucura” belíssimo. Bem, queria aproveitar e pedi-lhe desculpas pelo comentário um tanto impolido sobre Nietzsche. Vc tem razão, o problema é quando o outro é um espelho, reflete exatamente aquilo que não queremos ver. Nietzsche pelo menos teve a coragem de enlouquecer… bjs.
Comentário por Jasmim | 14/07/2008 |
Terra de ninguém (Jasmim)
Ah! Quem me dera
Que nessa guerra
Eu fosse vencida
E Levada cativa
À terra bendita
Que me faz ir além
Ah! Quem me dera
Pousar nessa terra
Onde o coração
Tem a voz da razão
E tal o pecado
Nunca foi encontrado
Ah! Quem me dera
Habitar nessa terra
Onde a fidelidade
É ter liberdade
De romper com o véu
E penetrar no teu céu
Ah! Quem me dera…
Comentário por Jasmim | 15/07/2008 |
Como você diz, seu poetar é encantador… Quanto a Nietzsche não há o que se desculpar, pois “nessa guerra” só há vencedores. Ganha eu, ganha você e todos os botequeiros de plantão. E por falar nisso, pela pista da Leandra, hoje tem festa no boteco. Vamos brindar: Parabéns Jasmim!!! Bjs
Comentário por marciosales | 16/07/2008 |
“Nada melhor que a poesia para regar uma vida de arbustos vastos,
Nada melhor que a palavra saltada do papel para dar brilho aos olhos cansados,
Nada melhor que um boteco para “afogar” as mágoas de um papel em branco”
Comentário por Aline Cunha | 30/07/2008 |
Como fã da poesia que sai da alma, não poderia deixar de participar deste ambiente leve e magnífico…
Márcio estarei por aqui sempre para um bom papo de boteco, ou melhor uma boa poesia de boteco…!
Comentário por Aline Cunha | 30/07/2008 |
Que maravilha Aline. Inunda o nosso boteco com a sua alma cheia de poesia. Bjs
Comentário por marciosales | 30/07/2008 |
Vidro embaçado
Um traço de embaraço corre nas veias de um mundo em descompasso
Uma realidade que vive fora da realidade real de outrora
Em desatino o sol que ficou sombrio diante do escuro de um ciclo
Vejo o que antes seria razão se transformar no descaramento anunciado de covardes
Um mundo que era embalado no melhor papel de presente da lojinha, hoje é encoberto pelo papel fosco da arrogância
Os passos da semana que passou estão em cima do meu muro esperando a hora de dar o bote
O que ficou atrás da minha sombra busca um sentido para ser mais correto
A imagem que reluzia aquela felicidade, hoje é uma imagem embaçada, pois o vidro não é mais aquele
Um mundo de divisões, onde a metade que fica é a metade de feridas
O policial, aquele mesmo que protegia, hoje é sinal de delinqüência
Este mundo que eu infelizmente mostro a você,
É o mundo que você vive…
Aline Cunha
Comentário por Aline Cunha | 31/07/2008 |
Fruta de vez temporana,
poderia assim dizer,
é o fruto do poema nômade,
que se vivencia no segundo que não volta mais…
como a fabulsa arte da prolixidade,
efêmero em si…
inspira essa moléstia inspiradora que é a própria vida…
Criado nesse instante, à exaltação do mais perfeito verso que é a autoria própria do ser humano, o pensamento divagado e exalado sem contorno…
cru
especifico,
mistico e racional
quero parar de poetizar…
mas enquanto viver, e romancear os filmes vívidos…
esse vício
não vai me deixar…
Manga rosa…
Comentário por Manga Rosa!!! | 07/08/2008 |
Lindoooooooooooo…
Adorei
Comentário por Chirles | 09/09/2008 |
Já que todo mundo fez, eu vou fazer também! rs
À Revelia
Não sintas saudade de outrora!
Donde vem a melancolia?
Por acaso, tu não sabias,
Que um dia é chegada a hora?
Que os tempos, ora, tão castos,
Vão feito velhos sargaços,
Que os ventos irão carregar…
E tuas águas, um dia vorazes,
Mostrar-se-ão em calmaria.
Inebriantes de maresia,
Nas encostas vão se arriscar.
Mas não temas o teu destino.
Segue teu rumo,
Corriqueiro, tranqüilo;
Para tornaste mais que isso
E encher-te de outro viço,
Águas dos rios não podem,
Evitar teu despejo no mar!
Desaguar tuas águas é feito,
Recriar-se sem ter que cessar.
Comentário por Marcele Cypriano | 10/09/2008 |
ENTRE NÓS, SÓ A LUA
Este dilema eu preciso vencer
O meu coração terá que entender
Pois vivo num mundo cheio de regras
Muitas das quais eu não as vi fazer
Quão difícil é essa ciência
Onde a existência precede a essência
Outros já dizem que isso é um erro
Que é a essência que surge primeiro
Nascer nesse mundo cheio de normas
É trazer prescrito á própria forma
Caminhos preditos que coisa horrenda
Ver o mundo da fôrma por uma fenda
Foucault nos fala de tal violência
Pois corpos dóceis enfraquecem a essência
Ser submisso agrada o sistema
Mas, meu coração reclama o esquema
Enquanto eu canto, meu coração chora
Á às vezes choro, e meu coração sorrir
Fico, mas com ânsias de ir embora
Vou-me embora sem vontade de partir
Fez de tudo o meu pobre coração
Tentando as regras obedecer
As regras do jogo só dizem que não
Mas, não me ensinam a te esquecer
Já não ouço Buckley, já não curto Moska
Ainda que a vida se torne tão fosca
Não brigo com Nitzsche, não leio Platão
Até deixei mudo o meu violão
Para não despertar lembranças tua
Mas, eu me pego olhando pra lua
E a lua sorrindo me revela
Que também estás olhando pra ela
Comentário por Hortência | 16/09/2008 |
Márcio, meu querido
Depois de tomar todas no boteco
vou ao encontro da lua
“Plenilúnio” (jose mauro fernandes)
Aspirina flutuante
Sobre minha cabeça
A leve companheira
Alivia os meus “ais”
A cumplice de meus pecados
Pela noite adentro
Derramas em mim
Um branco límpido
(luar de prata)
E alucina essa lucidez tão falsa
Lua doce, lua alva
Ao despir-se na rima crua
Nua lua, lua nua
No ar “noir”
Permissão para pousar em tua tez
Peço eu impaciente
Aos guardiões de teu brilho
– Cavalo, armadura e lança –
E delíro no teu sexo
Como quem dança
E no afã de tê-la
– Canso –
Mas depois gozo os prazeres
De conhecê-la
Comentário por ze mauro zigfrid | 19/09/2008 |
Olá José M. Fernandes, noboteco é um lugar surpreendente ; a liberdade de interatuar faz surgir coisas belíssimas…Curiosamente, Fernando Pessoa nos seus English Poems, assim como, Mário de Sá-Carneiro, Antonio Botto, Jorge de Sena, entre muitos outros, celebram nos seus escritos os rituais de Eros. De forma semelhante, o poema “Plenilúnio” se envolve em tais rituais sem perder em momento algum o romantismo,o encanto e a elegância. Que primor!!!
Comentário por Hortência | 23/09/2008 |
Se é pra livre expressão então vai:
Não sou (Theobaldo Villela)
Quem é você?
Que rosto é esse?
Sua personalidade?
Seu interesse?
Homem, branco, cristão
Pai, marido, mulher
Forte, destemido, cidadão
Cheio de esperança e de fé
Trabalhador e fiel
Incansável amante
Um louco desvairado
Um poeta delirante
Cumpridor dos deveres
Um sujeito normal
Negro, puta, criança
Homossexual
Malandro e preguiçoso
Excepcional
Muito perigoso
Um ser racional
Inteligente e bondoso
Temperamental
Meticuloso
Sem sal
É um criminoso
Bandido e cruel
Mas é amoroso
Esse vai pro céu
Safado, corrupto
Filho da puta
Pau pra toda obra
Não foge da luta
Brasileiro
Então é fudido
Rouba mas faz
Mudou de partido
Solidário e ateu
Crê-se anarquista
Conquistador
Faz pinta de artista
Esquizofrênico
Dizer traiçoeiro
Ou seria um bon vivent
Amigo, companheiro
Não sou nada disso
Não tenho rosto nenhum
Não quero compromisso
Nem parentesco algum
Não caibo em nenhuma roupa
Já esqueci o que fui
Perdi a persona
Quebrei o espelho
Rasguei a fotografia
Queimei os arquivos
Neguei a mim mesmo
A ser sempre o mesmo
Recusei o eu
Comentário por Theo | 01/10/2008 |
Em dias difíceis como esses o boteco tem sido a única companhia que me resta. Talvez meu desabafo…
Vão (Theobaldo Villela)
Minha vida está por um triz
Já rasguei o meu nariz
Dilacerei meu pulso
E narrei a minha dor
Sem saber pra onde vou
Sigo a ermo
Suado, calado
Mas com um grito contido
Que ninguém quer ouvir
Por isso engulo
E volto a curtir
Meus instantes de solidão
Que vão vagando
De vão em vão
Sem resistir
Pois lutar
É em vão
Comentário por Theo | 22/10/2008 |
Caro Theo, apesar de não te conhecer, a não ser pela tua poesia tão visceral, quero reafirmar que o boteco é um ponto de encontro pras pessoas se sentirem à vontade. Use-o como achar melhor… abç
Comentário por marciosales | 22/10/2008 |
Depois de alguns dias ausente, um poema de tempos distantes:
Um olhar… (Theobaldo Villela)
Algo Indefinido Demarcou o seu Sítio
Alojou-se Incerto Decidido a Surdir
Absoluto Impôs-se Descendo no Sangue
Armando Infame um Destino a Seguir
Algoz Implacável que Destrói a Seiva
Anjo Infernal que Devora o São
Absinto Ímpio de Decisão Sobranceira
Abismo Impetuoso que Deita Solidão
Apaga a Ilusão de Dias Solares
Aurora Ignora e Deixa Sumir
Arranca Impávido o Deflagrado Sopro
Antes que Intentem do Domínio Sair
Assim no Íntimo Dói a Sentença
Aquela Impressão do Derradeiro Sinal
Antecipa-se o Instante da Despedida Solene
Acaba a Impulsão do Dom Seminal
Agora Infausto Disposto a Sofrer
Atado Inerte em Dosagens Sem-fim
Assim como a Ilha que Descobre-se Solta
Ando Indigente Dizendo Sim
Algo Insurja Desviando esta Sina
Arruinando o Império Deste Sentimento
Abra o Inferno e me Deixe Sair
Alivie a Intensa Dor do Sofrimento
Comentário por Theo | 12/11/2008 |
mARCIO ACHO QUE A POESIA ESTÁ ENTORNO E DENTRO E MESMO ASSIM AGENTE SAI À SUA PROCURA.
“BUSCA”
Quero o sabor do sorriso
Na boca da poesia
Buscà-la vou
No espaço albino
De qualquer caderno
Na solidão do vão
Da folha única
E na coleção de saudades
Em branco e preto
Na memória desbotqada
Da infância
E nas perdas e danos
Que brotam desta distância
Necessário é obtê-la
Dos anjos, dos diabos
E outros artifícios
Dos àlcoois, dos cigarros
E nas dores de outros vícios
Nunca esperà-la
Fosse ela só
Só inspiração
Porque ela existe
E está
Na febre que acomete-me
As noites em claro
Enquanto domo
A selvagem beleza
Das palavras em sono ( Josè Mauro Fernandes)
Abração , Márcio e felicidades
Comentário por ze mauro zigfrid | 15/11/2008 |
“Intervalos”(José Mauro Fernandes)
Nascer é óbvio
Morrer inevitável
Nesse intervalo
Prevalece
Nossa opção
Existir
É a alegria ou tristeza
de viver isto
Comentário por ze mauro zigfrid | 15/11/2008 |
Do amor (subjetivo)
Já falou-se tanto do amor
E haverá muito o que falar
Pois o amor é um poço
Inesgotável
Impossível de secar
Do amor não se tem medo
Vai-se ao fundo
E bem sério
Desvendar todo segredo
Mesmo sem poder expressar
Todo Mistério
Mal de amor
Não tem remédio
Ele próprio é a poção
Outro amor lhe tira o tédio
E também da solidão
E amar é como
Navegar em alto mar
Sentir presságios de perigo
Sobreviver de um naufrágio
E se achar forte
Mesmo sendo frágil
Zémauro Fernandes/Marcos Moreno
Diga lá meu meu querido, Márcio
Estamos com saudades bjos e abraços
Comentário por ze mauro zigfrid | 05/05/2009 |
esperamos te ver sempre
e melhor ainda queremos e iremos te ver
aonde for.((bárbaros do blues)
O professor ( como fazem os bons) SE MULTIPLICAM
EM NÓS, alunos.
vou deixar uma simples de minha vida.
“Poesia crua”
Asso carnes
e frito batatas
Mas me alimento
mesmo
É da poesia crua!
Jose Mauro Fernades
Felicidades, “GRANDE AMIGO”
Comentário por ze mauro zigfrid | 10/05/2009 |
SOLIDÃO
ELA NÃO ME INVADE
NÃO CHEGA SEM PEDIR LICENÇA
EU QUE A CONVIDO
PARA PARTICIPAR DA MINHA INTIMIDADE
ELA SUGERE REFLEXÃO
REESTRUTURAÇÃO
ME PEDE CAUTELA
POR QUE TEMER A SOLIDÃO?
VOU TE CONTAR UM SEGREDO
A SOLIDÃO NÃO EXISTE
TÃO POUCO É FRUTO DA IMAGINAÇÃO
APENAS VOCÊ DISFARÇADO
PARA SE OPOR A MULTIDÃO
NÓS NÃO FICAMOS SOZINHOS
E SIM,
COM A GENTE MESMO
REFLEXO NO ESPELHO
A SOLIDÃO É UMA FARSA DO SUJEITO
QUE PREFERE ENGANAR-SE
A ADMITIR QUÃO CHATO ELE É
EU VIVO SOLIDÃO
RESPIRO SOLIDÃO
EU SOU SOLIDÃO
MAS AS VEZES PREFIRO CRER QUE NÃO
Bruno Alves
Comentário por Bruno Alves | 17/05/2009 |
Acima,minha humilde contribuição!!
Abração Márcio
Comentário por Bruno Alves | 17/05/2009 |
Caro Bruno. Até que enfim! rsrs. O boteco agradece e aguarda muitas outras. Abç.
Comentário por marciosales | 20/05/2009 |
Cartão de Aniversário
Depois de tantas voltas em torno do sol
nem parece que você viajou tanto
Parabéns!
Éramos tolos e geniais,
caminhávamos em gelo fino.
E todos nós éramos frágeis
e vivemos, juntos,
algumas inseguranças,
crises existenciais
aprendizados empíricos.
E nos fizemos adultos
e partimos para outras estradas.
compartilhamos choros e alegrias
e os aniversários eram bem comemorados!
Tu completas mais uma volta em torno do sol
e sinto-me feliz por tua viagem!
Felicidades e desejos de em tantas outras voltas eu possa estar aqui pra felicitar tua chegada!
Beijos e Felicidades
Jose Mauro Fernandes
Comentário por ze mauro zigfrid | 07/06/2009 |
Estou tão certa do que quero
que subjetivei as minhas concepções
com devaneios constantes, oscilações inquietantes a gritar.
Nada tem a perder, cada minuto é aprender quando tenho você dentro de mim transparente, entregue e nada vulnerável.
Será que só eu sinto?
Despe a minha alma, sente o meu pensar,
não precisa se prender,
pois amar é viver, cantar, voar, ser livre sublimar o auto amor de forma corajosa.
Comentário por Sara Silva Amanajé | 02/05/2011 |
Essência é o que exala da tua pele quando junta-se ao meu corpo,
Confunde os instintos, exalta o ego, transfigura o ser.
Quero correr para longe e quanto mais corro aproximo você de mim.
Quem és tu?
Misterioso, meticuloso e sagaz.
Reinvenção do meu objetivo
Mantido oculto
Na Caverna do meu sentir.
Acorrentada coloco-me em tuas mãos,
Desespera para nunca ter que dizer Não.
Comentário por Sara Silva Amanajé | 02/05/2011 |
Meu corpo reflete os desejos de minha alma
Ele teima em ser altruísta,
Com e sem medida
O que há de fazer?
Apenas Viver o prazer
Suspira, treme, esquenta, geme.
Sei o que quero e quero conter
Sempre para não doer,
Apenas viver o prazer
Suspira, treme, esquenta, geme.
Meus sonhos aqui estão,
expostos à pele
Com e sem reservas
Apenas viver o prazer
Suspira, treme, esquenta e geme
O ser.
Comentário por Sara Silva Amanajé | 03/05/2011 |
Cordão Umbilical (Sara Amanajé)
Sempre aqui, ali e sempre
Desde do despertar do ser
São tantas travessuras, perigos, derrotas e conquistas, mas sempre comigo.
Foste o símbolo das minhas fases,
De tão longe viestes para apresentar-me
Reflete a minha luz
Sustenta as minhas vitórias.
Sempre aqui, ali e sempre
Impõem os meus amores eternos,
Amor incondicional
Sem igual beleza e valia
Cravado em meu peito
Miragem e verdade
Em uma confusa harmonia
Transcende o acaso.
Comentário por Sara Silva Amanajé | 08/05/2011 |
“Renascimento” (Sara Amanajé)
Recriada eu fui
Arrancaste as cicatrizes
E as plantou frente as minhas íris
Negras, firmes
Agora sinto com outra dor
O medo acabou
De começar
Prossegue então
No tempo sem limite
A findar.
Comentário por Sara Amanajé | 29/06/2011 |
” Filhos” Deborah Accioly
Filhos?
O que eles significam pra nós?
Choro, fralda, mamadeira!
Não nos deixam em paz!
Dormir até mais tarde, cochilo depois do almoço
Ver seu programa de tv favorito?
Nunca mais!
Eles exigem atenção,
Somos seus escravos,
Seus súditos,
Seus cativos,
E sabem como eles conseguem isso?
Com sua mão gorducha,
Seu sorriso desdentado,
Sua pele fina e cheirosa,
O cheiro doce de sua boca,
Seus olhares nos reconhecendo e
seus braços estendidos para ganhar mais carinho.
Mais tarde vêm as primeiras palavras e nós não nos
Cansamos de ouvir, pedir pra repetir e ficar espantado,
diante á evolução daquele ser.
Ser que antes dependia só de nós,
e que agora anda, fala e pede o que quer.
Vê-los crescer é maravilhoso e trágico ao mesmo tempo.
Ficamos orgulhosos quando resolvem seus problemas sozinhos.
Arrumam emprego, compram roupa, fazem mala e viajam.
Debatem e opinam, ás vezes com argumentos melhores que o seu.
Claro, estão se tornando adultos, adultos como nós.
A mistura de sentimentos é inevitável.
Queremos que eles peçam colo, que queiram ir brincar na
Pracinha, que se sujem de sorvete.
Mas o tempo é cruel e não deixa de passar.
Aquela garotinha ou garotinho, agora te dá lição de moral.
Você escuta, achando mais graça do que qualquer outra coisa.
Aquele é o seu bebê crescido.
Por isso sorria e sinta-se feliz, pois aquele é o seu produto.
O fruto do amor depositado está ali, bem na sua frente.
Tenha orgulho e fé no adulto que você ajudou a formar.
Eu tenho orgulho da adulta e dois futuros adultos que me deram a honra de serem meus filhos.
Amo vocês!
Amiga, adorei ler você de forma única e verdadeira então resolvi publicar aqui nesse blog maravilhoso !!!!.(Sara Amanajé)
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Comentário por Anônimo | 29/06/2011 |
“Vozes” (Sara Amanajé)
Vozes que me enlouquecem
A minha loucura que as produz,
Meus devaneios constantes
Digladiam-se com a cultura marcada em pele crua
Vozes vão e vem
Assim como a minha vontade confusa, notória e profunda
Da sua candura, bruta, vazia
Impressa nesse vai e vem.
Comentário por Sara Amanajé | 28/09/2011 |
“Finjindo” ( Sara Amanajé)
Perdida estou quando finjo controlar meus desejos
Para me sentir consciente, potente, ardente
Queimo sim, de hipocrisia,
Vaidade e falsas verdades
Tem algo que me prende na mentira da razão
É um elo, é uma prisão
Que me faz ser gente com gratidão.
Comentário por Sara Amanajé | 28/09/2011 |
“Sintonia” (Sara Amanajé)
Flui como a luz
Entrelaçada
Freqüência ondulada
Que entontece
Brinca,
Desvenda a escuridão
Mostra a imperfeição
Mais perfeita que
Me atrai para as margens do além
Onde o precipício é renovação
Nas terras virgens de um alguém
Comentário por Sara Amanajé | 19/12/2011 |